segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

O Diretório de Culto de Westminster




 Da Reunião dos Crentes da Igreja e seu Comportamento no Culto Público de Deus


   Quando a Igreja se reúne para o Culto Público, as pessoas ( tendo antes preparado seus corações para o mesmo ) devem todas vir, e tomar parte; não se ausentando das Ordenanças Públicas por negligência, ou por pretexto de reuniões particulares.

   Que todos entrem no recinto da Reunião, não com irreverência, e sim de maneira comedida e decorosa, tomando seus lugares sem Mesuras ( cumprimentos ) em direção a um ou outro lado, ou outros movimentos de Adoração.

    Os fiéis estando reunidos, o Ministro depois de convidá-los solenemente à adoração do grande Nome de Deus, deverá começar com uma oração:

Reconhecendo em toda Reverência e Humildade a incompreensível Grandeza e Majestade do Senhor ( em cuja presença eles assim se apresentam de modo especial ), e sua própria condição vil e indigna de se aproximar dEle; com inteira incapacidade por si mesmos de fazer tão grande Obra; e humildade implorando-lhe o Perdão, Auxílio e Aceitação em todo o Culto a se então realizado; e por uma Bênção naquela porção definida de sua Palavra que ora será lida; e tudo mais; em o Nome e pela Mediação do Senhor Jesus Cristo.

   Uma vez começado o Culto Público, as pessoas deverão dirigir toda a sua atenção a este culto, evitando Ler qualquer coisa que não seja o que o Ministro está lendo ou citando no momento; e abstendo-se sobretudo de todos os cochilos, consultas, saudações, ou cumprimentos particulares a quaisquer pessoas presentes, ou que estejam entrando; como também de todos os olhares fixos, cochilos, e outro comportamento indecoroso, que possam perturbar o Ministro ou as pessoas, ou impedir a si mesmo ou a outros de cultuar a Deus.

    Se por necessidade as pessoas forem impedidas de estarem presentes no início, não devem, ao entrar na Igreja, se entreter em devoções pessoais; e sim reverentemente se comporem para se unir com a congregação, para a Ordenança de Deus que esteja ocorrendo no momento.

Da Leitura Pública das Sagradas Escrituras.

   A Leitura da Palavra na Igreja, sendo parte do Culto Público de Deus ( no qual reconhecemos nossa dependência e sujeição a Ele ) e um meio santificado por Ele para edificação de seu Povo, SERÁ realizada PELOS PASTORES E PROFESSORES ( Presbíteros, diáconos ).

     Deixo aqui para conclusões particulares e indagações, o porque de tantas igreja ditas confessionais e reformadas relutarem em não fazer o que diz o Diretório do Culto. 

   Este segundo ponto do Diretório é tão sério que me pergunto a quem estamos realmente adorando! Se o Próprio Senhor o mesmo pré-roga o culto que lhe é devido; reclama. Como os homens, e certos ministros fazem o contrário! Como! Não entendo. Realmente precisamos de uma urgente reforma na vida e na própria forma de adoração haja vista do que temos visto e conhecido ao longo da história da igreja.

   Da chegada da Igreja, ao momento do culto, todo percurso litúrgico tem um que regula, e este é Deus, nunca os homens, nunca os ministros. Como conceber a ideia de fazer de outro modo, contrário este princípio embasado e fundado nas Escrituras! Tendo como nossos documentos confessionais a confirmação dAquilo que a própria  Escrituras Sagrada ordena quanto a vida do adorador e a forma da adoração.

   Em síntese, estes dois pontos, nos revelam a reverência única à Deus no momento de adoração Pública, ministros, professores ( presbíteros ), zelar pela adoração devida a Deus que deve ser de acordo ao rito ( ao que é ordenado ) nas Santas Escrituras. 

    Que o Senhor ajude as igrejas a chegar a devida compreensão que nada deve ser feito pela imaginação do homem, sugestão de Satanás, nem por nenhuma representação visível e nem ainda mesmo através de nada que as escrituras não prescreva.
    
      A Deus Toda A Glória!

DIRETÓRIO DE CULTO DE WSTMINSTER
Págs. 27-28


sábado, 27 de janeiro de 2018

Princípio Regulador no Culto - A Adoração Que É Segundo as Escrituras - Parte VI

Concepção Reformado-puritana do Princípio Regulador do Culto.


   O Princípio Calvinista

   O Princípio Regulador do culto está em perfeito acordo e harmonia com o corpo de doutrinas reformadas da autoridade e suficiência das Escrituras. O princípio não é nada mais nada menos que a aplicação dessas doutrinas no culto. Este é o parecer de todos os calvinistas. O que é estranho hoje notarmos que muitos dos que são historicamente reformado, não tem nenhuma ligação com este corpo de doutrina chamado de " calvinista". Muitos dos quais nem mesmo sabem sua posição de origem doutrinário. Triste, um povo que não conhece sua história. E por isto perdem em muito quando não considera o assunto que temos exposto aqui. Pouco ou nada se dá a devida consideração ao mesmo.

   A Fé Reformada defende a forte ideia de que as Escrituras em todas as Suas Partes, é, plenamente Suficientes em matéria de fé e prática - significando que tudo o que o homem precisa conhecer, crer e fazer para ser salvo, vivendo de modo agradável a Deus é revelado em Sua Palavra.

" Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra ". 
[ 2 Tm.3.16,17 ].

   A concepção calvinista a respeito da natureza pervertida, caída, corrompida pelo pecado, o homem se encontra inclinado a todo mal, em contraste a isto, tendo a clara visão de um Deus que é Santo e Soberano, que, por conta da natureza pecaminosa do homem NÃO lhe compete o direito de inventar e instituir como prática de culto ABSOLUTAMENTE NADA que as Escrituras nem ordenem e ensinem nElas e através dElas. Sendo antes uma Prerrogativa divina, sendo Parte de Sua própria vontade o modo correto dos homens adorarem a Ele prescrito nas Escrituras. O Culto portanto, no conceito reformado-puritana, não tem como propósito agradar os adoradores, e sim, a Deus.

   Um ministro presbiteriano escocês, muito respeitado em sua época por sua piedade e erudição, sendo o mesmo professor da Universidade de Glasgow, aos dezanove anos de idade comentou o trecho do capítulo quatro versículo vinte e quatro do evangelho de João diz ele:

" A maioria dos homens tem alguma forma própria de adorar a Deus, e está tão satisfeita com ela, que pensa que Deus também está. Poucos há, entretanto, que de fato sabem o que significa adorar de modo aceitável à Sua Majestade...Vocês devem ter como verdade inegavelmente estabelecida, que Deus tem que ser adorado de acordo com a Sua própria vontade e prazer, e não de acordo como a vontade ou invenção de vocês. Portanto, Deus aborrece concepções humanas de culto ( will-worship ) imaginadas pelos homens, por zelo ignorante ou supertição, embora possam aparentar muita devoção ou afeição a Deus...O culto de Deus deve ser em verdade - isso é claro - mas que verdade é essa? Deve ser de conformidade com a norma e padrão de culto revelado como vontade e prazer e Deus na Palavra da verdade. Verdadeiro culto é a própria prática da Palavra da verdade ( Mateus 15:8,9 ).

   Estaremos enfim trazendo aqui posição de um dos mais ilustres pregadores que os séculos passados já conheceu. C.H. Spurgeon. E aí traremos o princípio bíblico sobre este assunto tão esquecido pela maioria de nossos ministros presbiterianos.



Biografia : O Princípio Regula dor no Culto - Pgs. 20a 22- Paulo Anglada é Pastor da Igreja Presbiteriana Central do Pará, professor de grego e hermenêutica do Seminário Teológico Batista Equatorial e presidente da ARPAV - Associação Reformada Palavra da Verdade, na cidade de Belém.





   


terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Princípio Regulador no Culto - Adoração Que é Segundo As Escrituras - Parte V



   Na abordagem passada deixamos claro que, segundo o estudo proposto pelo nosso irmão Pr. Paulo Anglada, sobre o Princípio Regulador do Culto, é de suma importância, e relevante; entendo tal princípio advindo de homens comprometidos com a verdade, e, que estavam completamente preocupado com o que realmente glorificava a Deus, a despeito de tantas desordens de cunho teológicos da época em que viveram. Definiu-se então que, o Princípio Regulador do Culto é exatamente aquilo que a Bíblia ordena qual deve ser a forma de adoração pública. Apresentou-se aqui as evidências históricas dos reformadores, como a visão do grande reformador francês João Calvino, John Knox e a visão Belga quanto ao Princípio Regulador. Apresentaremos aqui para finalizar este primeiro momento a visão dos puritanos e dos presbiterianos quanto a este assunto que para tantos torna-se polêmica e uma lástima teológica, quando aderem parte de sua história como "reformador". Deus ajude nossas igrejas de todo o Brasil para este princípio que deveria nortear todas as igrejas reformadas do Brasil. Então vejamos o que dizem os puritanos sobre o assunto.

   Dezenas de teólogos e pastores puritanos escoceses e ingleses dos mais expressivos no séc. XVII, tais como - Thomas Cartwright (1535-1603), ministro não conformista inglês; Willam Ames ( 1576-1633), professor de teologia não conformista exilado para a Holanda; David Caldwood (575-1650?), ministros e teólogos da Igreja da Escócia, e outros - escreveram tratados e outros tipos de escritos defendendo e aplicando o princípio regulador do culto, condenando a imposição de cerimônias, festividades e religiosas, gestos e símbolos não fundamentados nas Escrituras.  Segue então as posições puritanas de modo representativo sobre o assunto:

   George Gillespie (1613-1649), um dos ministros representantes da Escócia na Assembléia de Westminster, escreveu, em 1637, um tratado contra a imposição de cerimônias religiosas. Eis seu pequeno trecho:
" A igreja é proíbida de acrescentar qualquer coisa aos mandamentos que Deus nos deu, concernentes ao Seu culto e serviço, [Dt.4:3;12:32;Pv.30:6] por conseguinte, ela não pode prescrever coisa alguma relacionada à prática do culto divino, que ultrapasse mera circunstância: tudo é incluído naquele tipo de coisas que não são tratadas nas Escrituras...A Igreja Cristã não tem maior liberdade para acrescentar (coisas) ao mandamento de Deus do que tiveram os judeus; pois o segundo mandamento é moral e perpétuo, e nos proíbe, bem como a eles, as adições e invenções humanas no culto de Deus ".

   John Owen (1616-1683), um dos mais capazes, respeitados e conhecidos puritanos, de igual modo escreve um tratado combatendo a  imposição litúrgica. Um pequeno trecho se nos é apresentado, parte de um de seus livros:
..." a invenção arbitrária de qualquer coisa imposta como necessária e indispensável no culto público a coisa assim inventada e ordenada no culto é ilegal e contrária à regra da Palavra...Portanto, todo o dever da Igreja com relação ao culto a Deus, parece consistir na precisa observação daquilo que é prescrito e ordenado por Ele (Deus)".

   Jeremiah Burroughs (1599-1646), puritano independente e membro da Assembléia de Westminster, escreveu em 1648 um tratado cerca de 400 páginas sobre o culto evangélico. Burroughs começa sua obra, argumentando, com base no relato bíblico sobre o fogo estranho oferecido por Nadabe e Abiú, "...que no culto a Deus não pode haver nada apresentado a Deus, que Ele não tenha ordenado; o que quer que pratiquemos no culto a Deus, deve ter fundamentação proveniente da Palavra de Deus ".

   Notemos por fim, a visão dos presbiterianos quanto ao assunto sobre o Princípio Regulador do Culto.

    Historicamente, não é de se estranhar que o ramo presbiteriano foi quem mais contribuíram para a reforma litúrgica. A herança reformada, calvinista, escocesa e puritana legada aos presbiterianos tornou-os particularmente empenhados na purificação do culto. Alexander Hodge, conhecido professor de teologia do Seminário de Princeton, no século passado, no seu comentário sobre a Confissão de Fé de Westminster, com relação ao capitulo XXI, parágrafo I, escreveu:
" Nós já vimos, ao comentar o capítulo primeiro, que Deus nos deu as Escrituras como uma regra de fé e prática...Isso implica necessariamente que, visto que Deus prescreveu o modo como nós devemos cultuá-lO e serví-lO de modo aceitável, é uma ofensa para Ele e pecado de nossa parte, tanto negligenciar o modo por Ele estabelecido, como preferir praticar o nosso próprio modo de culto...visto que a natureza moral do homem é depravada, seus instintos religiosos, e suas relações com Deus invertidas pelo pecado, é auto-evidente que uma revelação positiva e explícita é necessária, não apenas para dizer ao homem que Deus admite ser cultuado, mas também para prescrever os princípios com base nos quais, e os métodos pelos quais este culto e serviço deverão ser prestados. Como já foi antes demonstrado a partir das Escrituras...toda maneira de culto da vontade, de atos e formas auto-escolhidas de culto são abominação diante de Deus."

    Uma vez que, como presbiterianos, não temos a necessidade de buscar exemplos pessoais favoráveis ao princípio regulador puritano, visto que nossos próprios símbolos de fé professam claramente o princípio de culto que temos discorrido.

   A Confissão de Fé de Westminster afirma no capítulo referente ao culto (XXI), que:
...o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo, e é tão limitado pela Sua própria vontade revelada, que Ele não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens, ou sugestões de satanás, nem sob qualquer outro modo não prescrito nas Sagradas Escrituras."

    A vista do que escrevemos até aqui, como você encararia o culto de sua igreja? Ele seria genuinamente reformado? Poderia dizer você que o culto o qual você presta no culto no dia do Senhor é um culto que é Segundo as Escrituras? O Culto de sua igreja é segundo o Princípio Regulador? Oxalá, que seja conforme as Escrituras.

   Em uma outra oportunidade estaremos aqui continuando outros aspectos do Culto Segundo As Escrituras proferido pelo consagrado pastor Paulo Anglada.


Biografia : O Princípio Regula dor no Culto - Pgs. 13a 19- Paulo Anglada é Pastor da Igreja Presbiteriana Central do Pará, professor de grego e hermenêutica do Seminário Teológico Batista Equatorial e presidente da ARPAV - Associação Reformada Palavra da Verdade, na cidade de Belém.







sábado, 20 de janeiro de 2018

Princípio Regulador no Culto - Adoração Que é Segundo As Escrituras - Parte IV

 



   Entramos no ponto de onde paramos, o que vem a ser este Princípio Regulador no Culto? Alguns chamaram de Princípio Regulador Puritano, mas, de logo notaremos que este termo não é melhor apropriado do que apenas de "Reformado". Então vejamos porque tanto os reformados quanto os puritanos execraram toda a parafernália da liturgia católica-romana.

   Já dissemos no início que a terminologia geralmente empregada, de : " Princípio Regulador Puritano ", não expressa bem o assunto. Diz P.A, Não porque os puritanos não defendessem o princípio do qual o escritor está a considerar, mas, porque não indica o assunto, e porque a defesa deste princípio não se limita apenas a eles.

   Considera-se portanto do ponto de vista do assunto que mais apropriado é chamar de " Princípio Regulador Reformado" o que veio a ser fundamental, norteando à simplicidade do culto público e reformado-puritano.

   Princípio que norteou não só os puritanos mas como os próprios reformadores fazendo frente a combater profundamente a reforma litúrgica, que empreenderam contra a idolatria, a superstição e as tradições litúrgicas da igreja católica romana.

   Mas, o que consiste então o " Princípio Regulador Reformado?" Temos a seguinte resposta: É o princípio que afirma que o culto público público deve ser bíblico. O que diga-se de passagem, oposto ao princípio romano e anglicano - as vezes chamado de princípio normativo. Que diz, o que não for proibido diretamente pelas Escrituras se é permitido fazer no culto, puritanos e reformadores defendem a seguinte posição: o que não for diretamente ensinado nas Escrituras ou necessariamente inferido de seu ensino, é proibido no culto. De uma outra maneira positiva o princípio regulador puritano afirma que só é permitido fazer no culto o que está real fundamentado biblicamente.

   Falemos então sobre EVIDÊNCIAS HISTÓRICAS. Relatemos então a evidência do ponto de vista reformado.

   Que é fato que este princípio é genuinamente reformado, puritano e presbiteriano, isto é fato histórico e facilmente verificável. E, segundo P.A, não seria difícil fazer referências de vários reformadores calvinistas, de puritanos e presbiterianos a favor do princípio regulador puritano. Vemos então a posição de João Calvino.

   Calvino com relação ao culto é manifesta em muitos de seus escritos. No tratado The Necessity of Reforming the Church ( A Necessidade de Reformar a Igreja ), por exemplo, escrito em 1543, diz ele:

"...a regra que distingue entre o culto puro e o culto corrompido é de aplicação universal, a fim de que não adotemos nenhum artifício que nos pareça apropriado, mas atentemos para as instruções
do Único que está autorizado a legislar quanto ao assunto. Portanto, se quisermos que Ele ( Deus ) aprove o nosso culto, esta regra, que Ele impõe nas Escrituras com o máximo rigor, deve ser cuidadosamente observada. Pois há duas razões pelas quais o Senhor, ao condenar e proibir todo culto fictício, requer que obedeçamos apenas à Sua voz: primeiro, porque não
devemos seguir o nosso próprio prazer, mas depender inteiramente da Sua soberania, promove grandemente a Sua autoridade. Segundo, porque a nossa corrupção é de tal ordem, que quando somos deixados em liberdade, tudo o que estamos habituados a fazer é nos extraviar. E então, uma vez desviados do reto caminho, a nossa viagem não termina, enquanto não nos soterremos numa infinidade de superstições..."

    O que poderíamos falar sobre John Knox, grande reformador da Escócia. Que lutou tenazmente para livrar o culto de todas as superstições católico-romanas. O primeiro livro escrito por John Knox e outros reformadores escoceses datado em 1560, condena, como "doutrinas contrárias": "...qualquer coisa que homens, por leis, concílios ou constituições têm imposto sobre as consciências dos homens, sem mandamento expresso da Palavra de Deus - tais como votos de castidade...imposição a homens e mulheres do uso de diversas vestes especiais, observância supersticiosa de dias de jejuns, abstinência de alimentos por motivo de consciência, oração pelos mortos, e a guarda de dias santos instituídos por homens, tais como as festas aos apóstolos, mártires, virgens, natal, circuncisão, epifania(reis), purificações e outras festas - coisas essas que, não tendo nem mandamento nem endossa nas Escrituras de Deus, julgamos devem ser completamente abolidas do nosso reino; declarando ainda, que obstinados observadores e ensinadores de tais abominações não devem escapar à punição do Magistrado Civil."

    Tais exemplos parte de um princípio puramente ilustrativo da posição reformada calvinista quanto ao assunto. Porquanto em muitos outros escritos, Calvino, John Knox e outros reformadores, tais como Bucer e Bullinger, e mesmo os principais símbolos de fé reformados demonstram o caráter normativo do princípio  de culto que estamos tratando. A Confissão Belga, diz, ao professar a cerca da suficiência das Escrituras Sagradas, declara ela: 

" Cremos que as Escrituras Sagradas contêm de modo completo a vontade de Deus, e que o homem está obrigado a crer para ser salvo é nelas suficiente ensinado. Portanto, já que toda forma de culto Deus requer de nós se encontra nelas amplamente descrita, não é permitido ao homem...ensinar nenhuma outra maneira (de culto) exceto aquela que agora é ensinada nas Escrituras Sagradas."


      É de total clareza de que realmente o culto que nossos pais reformadores e calvinistas adotavam a forma e norma de culto em sua forma simples, como diz as Escrituras, é de nos chamar a atenção para tal compreensão teológica da época. Isto aponta para algo superior e glorioso, o Culto de Deus. Não deveria as igrejas histórias retornar ao princípio que rege o culto em sua forma simples? Como a igreja primitiva na época dos Apóstolos? Muitos dizem somente da boca pra fora que é parte da igreja primitiva. Mas, isto é um terrível e lego engando. Oh, quão longe estamos. Pois onde a simplicidade do culto onde existia na época apostólica somente a pregação da Expositiva da Palavra, orações, administrações dos sacramentos, o Cantar Salmos e a bênção apostólica? Estes sim, é um culto que é de acordo com a vontade de Deus. E por isto os reformadores, calvinistas, puritanos e presbiterianos faziam questão de apontar para a glória espiritual desta forma cúltica de Deus. Nada, nada! Acrescentar diziam eles. Fazer somente o que Deus prescreveu em Sua Palavra. Esta deve ser nossa vigilância enquanto mistros da Igreja do Deus vivo. Guardiões da verdade. Onde hoje, encontramos tal preocupação com a glória única de Deus em Sua forma de Culto?


   Estaremos enfim finalizando esta parte com o parecer dos puritanos e logo após a dos presbiterianos quanto ao Princípio Regulador do Culto. Creio eu, que o Rev. P.Anglada, assentou, pôs nesta ordem de apresentação para justamente chamar a atenção dos contrários a 
esta forma teológica de pensar do culto de Deus dizer que o mesmo estaria puxando sardinha para o lado do puritanismo. Pois os não simpatizantes aos puritanos logo taxariam desta forma, isto é coisa de puritanismo. Mas não. Foram posto aos puritanos logo taxariam desta forma, isto é coisa de puritanismo. Mas não. Foram postos posto aqui na ordem,a posição Calvinista e Reformada. E, só agora colocaremos a posição Puritana e Presbiteriana. O que esteremos fazendo em um outro momento.



Biografia : O Princípio Regula dor no Culto - Pgs. 12a 14- Paulo Anglada é Pastor da Igreja Presbiteriana Central do Pará, professor de grego e hermenêutica do Seminário Teológico Batista Equatorial e presidente da ARPAV - Associação Reformada Palavra da Verdade, na cidade de Belém.





quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O Princípio Regulador no Culto - Adoração Que É De Acordo Com As Escrituras - Parte III




   Que é fato que os reformadores e puritanos atribuíram ao culto ( e à sua forma ), coisa de extrema importância na adoração a Deus, disto não pode restar dúvidas. Agora como, que, com o passar dos anos, dos séculos esta prática foi caindo em desuso ao ponto de hoje inúmeras igrejas ditas reformadas perderam parte desta prática? Já que são igrejas históricas, porque não continuar imitando a fé daqueles que foram usados por Deus em defender a ordem e a decência espiritual da adoração a Deus no culto público? Vejamos enfim as duas considerações que os reformadores e os puritanos sustentavam para pensar desta maneira. Vejamos então o que nos diz o Pr. Paulo Anglada coloca as claras estas considerações.

Os Exemplos Históricos das Religiões

   Quando olhamos a história das religiões demonstra que toda vez que os homens se arrogaram ou se arrogam o direito de conceber formas de adoração a Deus, os maiores absurdos acontecem. Prostitutas cultuais, luxúria, sacrifícios humanos, auto-flagelação, adoração da própria natureza, culto a demônios e a espíritos imundos, são alguns exemplos, diz o pastor P.A.

   A igreja católica romana não foge a regra. Uma infinidade de crenças e práticas litúrgicas foram incorporadas a ela no decorrer dos séculos. A Reforma Protestante ocorreu numa igreja repleta de adições espúrias ao culto: missa aos mortos (missa do sétimo dia), a própria missa (um sacrifício não cruento), confessionário, sete sacramentos, celibato, indulgências, penitências, rezar terços, sinal da cruz, uso do latim na missa, imagens, rosários, crucifixos, representações, velas, vestes sacras, músicas sacras, livros de oração, dias santos, etc.

A Diversidade Novos Elementos nos Cultos Evangélicos Modernos

   Este ponto foi o que levou o Rev. Paulo Anglada a considerar o assunto com seriedade. Diz ele: " As práticas de culto do movimento evangélico moderno. Uma parafernália litúrgica tem sido introduzida no culto evangélico no último século: orações em conjunto (em voz alta), grupos de oração no mesmo culto. Na área da música: todo tipo de instrumentos, ritmo e linguagem, corais, conjuntos, bandas, solos, duetos, quartetos, cânticos responsivos ( homens/mulheres; um fila/outra), dirigentes, regentes e ministros de música, palmas etc. Há também testemunhos pessoais; recitações de poemas e versos por adultos e crianças, palmas para Jesus, cumprimentos no culto (às pessoas ao lado), apelos, danças, línguas, cânticos em línguas, curas, emprego de luzes coloridas, cultos jovens, cultos apenas musicados, representações teatrais, gargalhadas sagradas, quedas, urros, etc. "

O Contraste com o Culto Simples Reformado e Puritano

   Diga-se afirmadamente, que, os reformadores aboliram toda parafernália do culto católico-romano, enquanto os puritanos fizeram o mesmo com o culto anglicano. Ambos instituíram uma forma de culto extremamente simples, colocando de lado a pompa, esplendor, vestes, adereços, procissões, cerimônias, livros de oração, representações, símbolos, gestos, etc. Cabe dizer, que os cultos reformados e puritanos consistia simplesmente de leitura bíblica, pregação, oração, cântico dos Salmos (sem nenhum instrumentos), ministração dos dois sacramentos por Jesus (batismo e santa ceia) e a bênção apostólica. O púlpito toma lugar central no templo.

   Estaremos mais a frente redigindo aqui o que explica esta uniformidade e simplicidade do culto reformado-puritano? O que levou eles a execrarem a parafernália litúrgica romana e anglicana? O que norteou-os a profunda reforma litúrgica empreenderam? A fim de elaborarem um documento de nome Princípio Regulador Puritano. O que, será mostrado que a priore este termo "puritano" não melhor empregando do que "reformado", por se tratar de reformadores em sua copilação.

    Estaremos numa próxima oportunidade abordando o que vem a ser a definição deste termo, " Princípio Regulador Puritano ".


Biografia : O Princípio Regula dor no Culto - Pgs. 7 a 10 - Paulo Anglada é Pastor da Igreja Presbiteriana Central do Pará, professor de grego e hermenêutica do Seminário Teológico Batista Equatorial e presidente da ARPAV - Associação Reformada Palavra da Verdade, na cidade de Belém.




   





   

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O Princípio Regulador no Culto - Adoração Que É De Acordo Com As Escrituras - Parte II



   No estudo passado notamos como o pastor Paulo Anglada abordou o aspecto do Princípio Regulador no Culto Reformado. Com maestria desenvolveu seu e desenvolve seu argumento em sima da conversa de Jesus com a mulher samaritana. E faz desse texto a base de toda a sua argumentação fracionando cada parte dela. O que vem a ser em espírito " e o que vem a ser em verdade ". Faço valer aqui parte dessa conversa do Senhor Jesus com a Samaritana, uma vez que, para o pr. Paulo Anglada considerou o aspecto interno do adorador, como em " em espírito ", estando o mesmo num estado que podemos chamar de pureza espiritual, santidade, sinceridade, justiça, em contra partida da forma hipócrita de adoração dos fariseus quando censurados pelo Senhor Jesus pela falsidade de culto. Ao que, de pronto, nos trouxe a questão de se adorar " em verdade ". Apontando para a importância que o Senhor Jesus dá a forma, a maneira da adoração a Deus. Mostrando que tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamentos a forma não estava descartada. Que a forma tem a sua importância sim no aspecto do culto público no dia do Senhor. Faremos agora outras observações quanto a este assunto de extrema importância para o povo de Deus.

   A compreensão da visão reformada quanto este assunto é dinga de nota, uma vez que hoje encontramos em muitas de nossas igrejas uma adoração distante dos princípios de nossos pais reformadores. Se não, vejamos o que João Calvino disse com respeito ao assunto. " listara dois elementos que definiam o Cristianismo sendo sua suma substância. Estes dois elementos primeiro: um conhecimento de qual  é a maneira certa de se adorar a Deus; o segundo é a fonte de emana a salvação ".

    W. Robert Godfrey diz que Calvino de forma enfática que a adoração está a frente da salvação em sua lista dos dois elementos mais importantes do Cristianismo bíblico. Diz ainda ele que, Calvino define o lugar da adoração como nenhum dos seus predecessores tinha feito (...). A adoração diz Calvino, "dever ser interesse central de todo o cristão. Que não é uma questão periférica, mas a "SUBSTÂNCIA ÚLTIMA" da fé cristã."  Sendo esta uma expressão para uns a expressão que caracteriza o cristianismo.

   Dissemos na abordagem passada que tomaríamos de onde paramos. E aqui trataremos de elucidar sobre a Relevância Do Assunto.

   Afirma o Pr. Paulo Anglada que, a forma de culto, sem dúvida, é um assunto da maior relevância. Diz ele que, duas questões foram de suma importância na Reforma Protestante do século XVI: o culto e a doutrina da salvação ( e nesta ordem ). Calvino, diz ele, apresenta dois principais males da época, afirmando ele em um de seus tratados sobre a necessidade de reforma na igreja, escrito em 1543: "...primeiro, o modo como Deus é cultuado devidamente; e, segundo, a fonte da qual a salvação pode ser obtida. Quando se perde de vista estas coisas, embora possamos nos gloriar no nome de cristãos, nossa profissão de fé é vazia e vã."

   Tem-se reconhecido, segundo a abordagem do pastor P.A, que, durante os primeiros anos da Reforma Protestante em Genebra, o " foco de atenção não foi a questão da justificação, e sim a questão da missa e das imagens, e todos os abusos relacionados a ela". De fato, continua ele, o foco principal dos reformadores, tais como Zwínglio, Bullinger ( sucessor de Zwínglio em Zurique ), Bucer ( em Strasburgo ), Farel e Calvino foi a purificação das superstições e idolatria medieval. Ainda coloca a posição de um dos reformadores de nome Iain Murray, diz ele: " A questão do culto esteve no centro da revolução espiritual e nacional que marcou a Reforma do século XVI. Mátires escoceses foram para a estaca por se recusarem a obedecer à forma de culto imposta pela igreja católica romana. Pela mesma razão, cerca de 288 homens e mulheres foram queimados na Inglaterra entre os anos de 1555 e 1558. Depois, quando a doutrina na Inglaterra e na Escócia em 1560, um conflito continuou nos dois países para purificar o culto público das práticas e cerimônias pré-reformadas. Ministros evangélicos foram silenciados, banidos e mesmo executados por protestarem contra corrupção no culto. A emigração dos Pais Peregrinos e dos Puritanos para a Nova Inglaterra estava essencialmente ligada à mesma questão. "O principal propósito desta nova plantação", escreveu Cotton Mather, "era estabelecer e desfrutar das ordenanças do evangelho e cultuar o Senhor Jesus Cristo de acordo com Suas próprias instituições."

   Matthew Henry resumiu bem a importância do culto na fé reformad0-puritano, quando ele mesmo disse: " Religião é toda a razão de nossa vida, e o culto a Deus a razão de nossa religião."

   Até aqui, notamos o quanto a forma do culto na visão reformada puritana é de extrema importância. E esta conduta reverente quanto ao modo de cultuar a Deus, é melhor compreendida quando consideramos dois pontos fundamentais: Os Exemplos Históricos das Religiões e O Contraste Com o Culto Simples Reformado e Puritano.

   Estes dois aspectos abordaremos em uma outra ocasião se assim o nosso Deus permitir. No mais, desejo que fique claro aqui, que o leitor tire suas próprias considerações quanto a compreensão do modo, forma e maneira de se cultuar verdadeiramente a Deus.


Biografia : O Princípio Regula dor no Culto - Pgs. 1 a 8 - Paulo Anglada é Pastor da Igreja Presbiteriana Central do Pará, professor de grego e hermenêutica do Seminário Teológico Batista Equatorial e presidente da ARPAV - Associação Reformada Palavra da Verdade, na cidade de Belém.

    


   


segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O Princípio Regulador no Culto - Adoração Que É De Acordo Com As Escrituras - Parte I





   O intuito desta presente abordagem é para nos trazer de forma clara alguns aspectos dos quais a muito que se perderam com o passar dos anos. Farei considerações a vista da abordagem do livro que é Tema do nosso Assunto sobre Adoração De Acordo Com As Escrituras. Trazendo ao leitor o que vem a ser o Princípio Regulador do Culto e as Suas implicações quanto ao assunto adoração.

   A resposta sobre o assunto adoração, é tema para uma discussão aberta e justa. Porquanto já diz Terry L. Jonhson que, " Adoração é um assunto que todo cristão deveria se preocupar em saber o que significa. "

   Faremos aqui as considerações sobre o assunto pautado em um estudo proferido em uma das palestras do Pr. Paulo Anglada em um dos Congressos, Os Puritanos, em 1997, em águas de Lindória. Tendo como texto básico João 4.19-24 " Senhor, disse-lhe a mulher, vejo que tu és profeta. Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade." 

    De modo não aprofundado, porém, com o devido cuidado fazemos a seguinte pergunta: O Que Vem A Ser o Princípio Regulador Reformado? E qual a implicação de não se fazer a devida observação quanto a este princípio.

   Trago aqui a ilustração do Pr. Paulo Anglada, introduzindo o assunto sobre adoração, diz ele: " O que pensaria os irmãos se durante um culto evangélico o pastor fizesse o sinal da cruz, queimasse incensos para que o ambiente ficasse perfumando, e levasse os pés de alguns irmãos como demonstração de humildade? O que pensariam, se fosse convidados a absterem-se de comer carne na semana chamada "a semana santa", se o pão (melhor, hóstia) fosse distribuído por ocasião da Ceia do Senhor, e lhes fosse requerido que se ajoelhassem para poderem participar dela? Com razão os irmãos condenariam estas atitudes. Por quê? Porque não são bíblicas. As Escrituras não ensinam a fazer o sinal da cruz, a queimar incenso (no culto da nova aliança), jamais instituíram a atitude humilde de Jesus como cerimônia eclesiástica, não requerem nenhuma abstenção de alimentos no Novo Testamento (muito menos na semana santa", que sinal jamis foi instituída como cerimônia religiosa), não requerem que fiquemos de joelhos ao participar da Ceia do Senhor, etc. Tudo isto não passa de tradicionalismo católico-romano, de símbolos, gestos, cerimônias, e práticas eclesiásticas inventadas pelo homem, sem real fundamentação bíblica."

   O assunto da abordagem está relacionado com o culto. Mas especificamente com a forma do culto público, ao modo como Deus deve ser adorado. Ao abordar este assunto P. Anglada não trata o mesmo num aspecto exegético, mas, um ensaio sobre a teologia prática. O que, quando aborda o assunto revela não tratar de modo sistêmico a revelação bíblica referente ao assunto, mas, descrever a concepção reformado-puritana do princípio que deve regular a forma do culto público de Deus. Não ignorando a natureza controvertida do mesmo.

   Segundo o Pr. Paulo Anglada, não se pode dissociar o ato do culto da vida do adorador. E a isto ele nos traz o texto para iluminar sua afirmativa, quando Jesus inicia um diálogo com a mulher samaritana. " Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito..." [João 4.19-24]. O termo aqui em "espírito" aponta exatamente com a natureza interna do adorador. Que por meio de uma vida genuinamente transformada pelo Espírito de Deus, no interior deste adorador, procede uma adoração pura, sem hipocrisia como os fariseus faziam, os quais por várias vezes veio a ser repreendidos por Jesus. Ritos puramente religiosos a semelhança de um sepulcro caiado.

   Contudo, Jesus não pára por aí. Ele resalta, igualmente, a importância da forma de culto, da maneira correta de cultuar a Deus. Afirmando Ele, Jesus, que os que O adoram, devem fazê-lo " em verdade ". " Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e " em verdade ". 

    Segundo P. Anglada, Jesus está se referindo ao modo de culto, revelado ao Seu povo na Sua Palavra. O Termo " em verdade " denota, segundo a abordagem de P.A., conformação à verdade revelada de Deus. Denota submissão à Sua Palava. Aponta portanto, especialmente, para a conformação às formas externas de culto prescritas por Deus na Sua Palavra.

   Os judeus adoravam Aquele que conheciam, por que a eles haviam sido confiados os oráculos de Deus [ Rm. 3.22]. Afinal, a salvação vem dos judeus [Jo. 4.22] - embora que muitos deles faltasse com a sinceridade, ainda que viesse ficar bastante corrompido com acréscimos e negligências. Os samaritanos não tinham a forma, o modo: " vós adorais o que não conheceis ". A referência é da adoração sincretista, deturpada dos samaritanos, que manifestavam ignorância da vontade revelada de Deus com relação ao culto. 

   Conclui-se que lendo como toda a tenção as Escrituras, tanto o Velho Testamento quanto o Novo Testamentos, atribui-se grande importância quanto a forma, a maneira de se cultuar a Deus, a forma externa de culto público.

     Na próxima abordagem estaremos falando sobre a Relevância do Assunto, continuando o estudo em foco O Princípio Regulador No Culto - Adoração De Acordo Com As Escrituras.


Biografia : O Princípio Regula dor no Culto - Pgs. 1 a 8 - Paulo Anglada é Pastor da Igreja Presbiteriana Central do Pará, professor de grego e hermenêutica do Seminário Teológico Batista Equatorial e presidente da ARPAV - Associação Reformada Palavra da Verdade, na cidade de Belém.


    

    

   

    

   

  

A DOUTRINA DE DEUS - Final - Sugestões Feitas Quanto às Divisões dos Atributos.




Os Atributos de Deus em Geral

A. Avaliação dos Atributos Empregados.
B. Métodos de Determinação dos Atributos de Deus.
C. Sugestões Feitas Quanto às Divisões dos Atributos.


   A questão da classificação dos atributos divinos tem ocupado por muito tempo a atenção dos teólogos. Várias classificações têm sido sugeridas, a maioria das quais distingue duas classes gerais. Classes estas que são designadas por diferentes nomes, nos quais representam diferentes pontos de vista, contudo, substancialmente são as mesmas, nas diversas classificações. Destacaremos aqui as mais importantes:

   1. Alguns falam de atributos naturais e atributos morais. Os primeiros, como auto-existência, simplicidade, infinidade, etc., pertencendo a natureza constitutiva de Deus, de modo distinto de Sua vontade. Os últimos, como verdade, bondade, misericórdia, justiça, santidade, etc., qualificando-o como o Ser moral. A objeção a essa classificação é que os atributos morais, assim chamados, são tão verdadeiramente naturais (isto é, originais) em Deus como os demais. Temos enfim, a posição do Sr. Dabney, optando tratar deste assunto como atributos morais e não morais. Evitando maiores objeções aos termos empregados.

   2. Outros distinguem entre atributos absolutos e relativos. Os primeiros pertencendo à essência de Deus, considerada em si mesma, ao passo que os últimos pertencem a essência divina, considerada em relação à Sua criação. A primeira classe inclui atributos como auto-existência, imensidade e eternidade; quando a outra, atributos como onipresença e onisciência. Segundo Louis Berkhof, esta divisão parece partir do pressuposto de podemos ter algum conhecimento de Deus como Ele é em Si mesmo, inteiramente à parte das relações que mantém com as Suas criaturas. Contudo, continua ele, isto não é assim, portanto, falando com propriedade, todas as perfeições de Deus são relativas, indicando o que Ele é em relação ao mundo. Evidentemente Strong não reconhece a objeção e dá preferência a esta divisão.

3. Ainda outros dividem as perfeições divinas em atributos imanentes ou intransitivos e emanentes ou transitivos. Strong combina esta divisão com a anterior quando fala de atributos absolutos ou imanentes e relativos ou transitivos. Os primeiros são aqueles que não se expõem nem operam fora da essência divina, mas permanecem imanentes, como imensidade, simplicidade, eternidade, etc.; e os últimos são os que se opõem e produzem efeitos externos quanto a Deus, como onipotência, benignidade, justiça, etc. Mas se alguns dos atributos divinos fossem puramente imanentes, todo conhecimento deles estaria excluído, ao que parece. H.B Smith observa que cada um deles deve ser ao mesmo tempo imanente e transitivo.

   4. A distinção mais comum é entre atributos incomunicáveis e comunicáveis. Os primeiros são aqueles aos quais nada análogo existe na criatura, como asseidade, simplicidade, imensidade, etc.; os últimos, aqueles com os quais as propriedades do espírito humano têm alguma analogia, como poder, bondade, misericórdia, retidão, etc. Esta distinção não achou nenhum favor da parte dos luteranos, mas sempre foi popular nos círculos calvinistas, e se encontra em obras representativas como as dos professores de Leyden, Mastricht e Turretino.

     Com respeito a este ponto diz-se que, não se encontrou sustentação, a vista de se afirmar que, de certo ponto de vista, todos os atributos podem ser denominados comunicáveis. Nenhuma perfeição, diz L. Berkhof, é comunicável, na infinita perfeição em que estas existem em Deus e, ao mesmo tempo, há no homem tênues vestígios até mesmo dos chamados atributos incomunicáveis de Deus.

   Entre os teólogos reformados mais recentes há uma tendência para descartar-se desta distinção em favor de algumas outras divisões. Dick, Shedd e Vos mantêm a velha divisão. Kuyper se expressa como estando insatisfeito com ela e, apesar disso, a reproduz em sua proposta, virtutes per antithesin e vitutes syntesin; Finalmente, os Hodge, H.B. Smith e Thornwell seguem uma divisão sugerida pelo Catecismo de Westminister (presbiteriano).

   Enfim, como pode-se notar, as várias ordens de classificação quanto aos atributos de Deus, há uma simetria com certas objeções em cada uma delas, defendendo todas como um Ser absoluto, e depois como um Deus que se permite se relacionar com Suas criaturas, Deus como o Ser pessoal. Não entendendo esta colocação como um fato a ser considerado do ponto de vista que, resulta numa concepção unitária e harmoniosa dos atributos divinos. Aplainando esta dificuldade entendendo, partindo do princípio as classes dos atributos pertencentes a primeira, qualificam a segunda, de sorte que, pode-se dizer que Deus é Único, Absoluto, Imutável e Infinito em Seu conhecimento e sabedoria, e Sua bondade e amor, em Sua graça e misericórdia, em Sua Justiça e Santidade. O que, mesmo com esta ideia em mente, não deve-se aqui pensar que apesar desta realidade dos atributos de Deus, como sendo incomunicáveis neste aspecto absoluto, não possa o homem possuir algum sinal nele. De afirmar que os atributos comunicáveis de Deus estão no homem da mesma forma em Deus, isto não. Tendo em vista a melhor das respostas a este assunto, a posição reformada, de que se admite a possibilidade de no homem ter algo de Deus, contudo, não como permanece em Deus.


Biografia: Louis Berkhof - Teologia Sistemática - Os Atributos de Deus em Geral. Pgs. 57,58.









Evangelho reformado